COMISSÃO DE VEREADORES ANALISARÁ DENÚNCIAS CONTRA COMANDO DA PM

A Mesa Diretora da Câmara instituiu hoje, uma Comissão Temporária para apurar denúncias feitas pelo vereador Major Araújo (PRB) contra atos do Comandante do Policiamento da Capital-CPC- Coronel José Divino Cabral.

Segundo Araújo, que é também presidente da Associação dos Oficiais da Policia Militar e Corpo de Bombeiros, “os membros da corporação vêm sofrendo vários tipos de pressão. A ditadura militar continua existindo dentro dos quartéis, afirmou o parlamentar, da tribuna da Câmara, dizendo que os militares estão sofrendo represálias quando participam de reuniões e manifestações pacíficas em busca de melhores condições de trabalho”.

De acordo com o vereador, o Comando da Policia Militar proibiu os policiais de falar com qualquer político, durante o horário de trabalho, o que deixou indignados os vereadores presentes à sessão.”Isso, disse Elias Vaz (PSOL) é um ato de intolerância e também de abuso de poder, que não podemos aceitar.Já Djalma Araújo (PT) acrescentou que “a democracia ainda não chegou aos quartéis, principalmente na cabeça dos comandantes.”O vereador Bambu, defendeu o Comandante e sugeriu a formação da comissão para esclarecer a questão, o que foi prontamente aceito pelo vereador Anselmo Pereira (PSDB), que estava exercendo a presidência dos trabalhos.

Denúncias

Araújo iniciou seu discurso na tribuna, elogiando o trabalho dos militares e falando das dificuldades enfrentadas pela corporação no exercício de suas funções. O vereador revelou que segundo a Conferência Nacional de Segurança Pública-CONSEG, realizada em agosto último em Brasília, 69% dos policiais brasileiros afirmaram que já se sentiram humilhados ou pressionados por seus superiores.Existem inclusive casos de suicídio e de tentativas entre os militares que não suportam as pressões, declarou o major.

“Aqui em Goiânia, além das 44 horas semanais de trabalho, os policiais são obrigados a fazer horas extras e a freqüentar Academias de Ginástica nos horários de folga, do contrário não são indicados para promoções,” afirmou o presidente da Associação. Realizamos no mês de Maio passado, uma manifestação pacífica, reivindicando melhores salários e a realização de concurso público já que o último aconteceu há quatro anos e os policiais reclamam de sobrecarga de trabalho, lembrou o parlamentar.

A partir desta manifestação, começaram as represálias, afirmou Araújo. “Tive que responder a um inquérito , fiquei suspenso por 40 dias, meu irmão foi transferido para o interior, e a P2 passou a me fotografar e fazer relatórios de todos os meus atos, inclusive uma reunião da Igreja Batista, na qual fiz uma palestra para menores e apesar de ter enaltecido o trabalho da Policia Militar, à qual pertenço, fui injustamente acusado no relatório de denegrir a imagem da corporação”, disse o major.

Estas e outras denúncias foram entregues pelo vereador à Mesa Diretora da Casa, que prometeu encaminhá-las à Comissão de Direitos Humanos da Câmara, além de instituir a Comissão formada pelos vereadores: Maurício Beraldo e Anselmo Pereira (PSDB), Elias Vaz (PSOL), Djalma Pereira (PT) e Fábio Caixeta (PMN) e Alfredo Bambu (PR) para o mais rápido possível conseguir uma audiência com o Comandante do Policiamento da Capital, coronel Cabral, para esclarecimento das questões apontadas pelo vereador Major Araújo.
(Silvana Brito)

Nenhum comentário:

Postar um comentário