O deputado estadual Major Araújo (PRB) afirmou ontem que a “farra dos coronéis”, como ficou conhecido o esquema de nomeações excessivas dentro da Polícia Militar, aconteceu em 2010, quando a Secretaria de Segurança Pública estava sob o comando o ex-deputado Ernesto Roller (PMDB), durante o governo de Alcides Rodrigues (PP). Na semana passada, o deputado denunciou que o empresário Carlinhos Cachoeira participava diretamente das promoções, indicando pessoas para ocuparem os cargos máximos dentro da corporação. De acordo com Araújo, o ano de 2010 terminou com dez coronéis a mais do que o previsto, depois que o contingente já havia sido aumentado por meio de uma lei estadual. Os oficiais promovidos teriam recebido o comando de áreas específicas para, supostamente, facilitar a atuação da máfia dos jogos, comandada pelo empresário, preso em 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Segundo o parlamentar, após a posse de Marconi Perillo e conseqüente nomeação do novo secretário de Segurança, João Furtado Neto, praticamente não ocorreram promoções à mais alta patente da Polícia Militar, uma vez que o contingente te já apresentava excesso. “As poucas promoções ocorridas no ano passado foram por merecimento. Essas (promoções) são inquestionáveis”, disse. Na denúncia apresentada na semana passada, o deputado estadual informou que propinas de até R$ 100 mil eram pagas ao ex-comandante-geral da corporação coronel Carlos Antônio Elias para garantir promoções de policiais, indicados pelo bicheiro. Ao tomar ciência do esquema, Araújo teria procurado a cúpula da Segurança Pública, munido de documentos e dossiês que apontavam as irregularidades praticadas. Na época, no entanto, as denúncias não foram levadas em consideração. “Nenhuma providência foi tomada”, conta o deputado. Para ele, o Ministério Público também se omitiu, provavelmente porque os documentos apresentados eram anônimos, entregues ao deputado por terceiros ou mesmo enviados pela internet. “Mas os documentos tinham riquezas de detalhes que mereciam investigação”, pontua. Neste período Major Araújo chegou a sofrer represálias dentro da corporação. “Quase fui demitido da PM, fui afastado da Associação dos Oficiais por ordem da auditoria militar, que tem grande influência dos comandantes”, lembra. (Flávia Guerra)
FONTE: http://www.ohoje.com.br/pageflip/1986/index.html
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