Assembleia Legislativa: chegou a hora de mudar!

Devemos promover a coragem onde há medo, promover o acordo onde existe conflito, e inspirar esperança onde há desespero.” Nelson Mandela.

O grande escritor Fernando Pessoa disse certa vez que “há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” A reflexão cabe como luva no atual momento histórico vivenciado pela Assembleia Legislativa de Goiás. A Casa precisa retomar o seu papel institucional de ser o fórum qualificado do debate dos mais importantes temas que envolvem os interesses dos goianos.

E isso se dá pela percepção clara da importância do Legislativo como um poder institucional estratégico para consolidação do processo democrático. Nos últimos anos, temos visto o jogo de cartas marcadas entre grupos de poder, que atuam no Legislativo goiano, precisamente na época da eleição da Mesa Diretora da Casa. As eleições internas são decididas ao sabor de conveniências políticas, sem se valorizar o debate de ideais, a independência do Poder em relação aos demais, principalmente ao Executivo, além do pouco envolvimento da Casa com a sociedade. A Assembleia Legislativa precisa urgentemente de um “choque de gestão”, mais que isso, precisa de um “choque de cidadania”. Isso implica em quebrar o gelo que existe hoje na relação do Poder com a sociedade. 

Aos deputados é importante que sejam criadas as condições para que exerçam o papel histórico que lhes foi confiado, o de votar leis, fiscalizar o Executivo e defender os interesses maiores de Goiás. A hora de mudar é agora. A sociedade goiana não aprova a política do toma-lá-dá-cá, por isso, é preciso virar a página, elegendo uma Mesa Diretora plural, representativa, que resgate a imagem do Legislativo e o coloque verdadeiramente a serviço da cidadania.

 A Assembleia Legislativa de Goiás deve se envolver diretamente na defesa das políticas públicas, ser parceira das grandes causas que envolvem o cidadão. Não pode, como hoje, mergulhar numa redoma, de ouvidos fechados para o clamor que vem das ruas, por mais justiça, mais igualdade, diversidade, mais oportunidade aos goianos. Infelizmente, costuma-se associar automaticamente Legislativo a coisa suja e há quem diga que isso acontece porque os políticos são sujos e merecem. É preciso que a Assembleia trabalhe para mudar essa visão. E isso só ocorrerá quando aumentar o índice de confiança entre o Poder e a sociedade, é justamente essa sinergia que fará a diferença. 

Como disse, a imagem que a opinião pública tem do Parlamento é tendenciosamente negativa. Hoje, o Poder Legislativo está submetido a um complexo conjunto de pressões e desafios, provenientes do próprio processo de reorganização da vida contemporânea e, sobretudo, de sua tradução brasileira, onde globalização e inovação tecnológica aceleradas se misturam com uma questão social que não parece ter limites. O Legislativo tornou-se, ele também, um “ambiente” carregado de demandas e às voltas com complicados problemas de organização, funcionamento e desempenho. Quando posto diante de temas polêmicos e estratégicos, parece enfartar. Não deixa de funcionar e nem de cumprir um papel de relevo, mas “sofre” para fazer isso. Não há dúvida de que as dificuldades do Legislativo provêm tanto das mudanças que ocorrem na base da sociedade e no modo de vida, quanto das transformações porque passa a democracia contemporânea. De uma representação política baseada em partidos e eleitores fiéis, estamos transitando para uma representação de novo tipo, na qual o “público” joga o papel principal. 

O Poder Legislativo nem sempre consegue operar em sintonia com a sociedade. Para fazer a Assembleia Legislativa de Goiás avançar na melhoria contínua da qualificação técnica, ética e política dos seus quadros é que me proponho a representar a Casa como candidato à presidência da Mesa Diretora. Conclamo todos os nobres colegas, defensores da tese de que é preciso dar um basta no rodízio de figurinhas carimbadas, na gestão da Mesa, a cerrarem fileiras neste projeto. Para avançar, é preciso dar o primeiro passo.

 (Major Araújo (PRB), candidato à presidência da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Goiás)

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